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Data: 12 de Setembro de 2010

Noite em Branco

Pensando ao passar da noite,
pensando que mal fiz eu.
Sozinho sem ninguém percebi,
Que quanto mais me afundo,
Mais me querem afundar.
Que quanto mais eu choro,
Mais me querem ver chorar. 
Percebi que não tenho de procurar, 
Ou me preocupar com coisas vazias. 
O que realmente importa,
É o que eu gosto de fazer. 
O que realmente importa,
É o que sinto vontade de ter.
Mesmo que nada eu possa, 
Não há o que de facto temer. 
As pessoas vêem a minha falência, 
E vibram como se ganhassem com isso. 
Na minha própria solidão encontrei-me,
Nas minhas lágrimas me afoguei e vivi.
No meu choro compreendo-me.
Sem dormir minha consciência respira,
E vive como se o mundo acabasse de nascer.
Não preciso que me ditem regras,
Nem como ou quando devo fazer.
O que realmente preciso é ter vontade,
De lutar, de caminhar e de viver.
Confesso que perdi essa vontade,
Hoje encontro-me num mundo morto.
Ainda respiro, porém o mesmo ar, 
Os seres não me conseguem reanimar.
Tenho de terminar com esta morte,
Para assim começar uma nova vida.
Sem rima, sem rumo e sem sorte,
Mesmo as lágrimas sendo a minha sina.
Passei a noite toda em claro,
Apenas pensando em mim mesmo, 
No que quero no que sinto e no que tenho.
Vi muito de mim morrer,
Mas também vi um pedacinho nascer.
A minha falta ainda me completa,
Como a água que se foi embora.
Meus pensamentos por mim são,
Meus desejos pelos ares se vão.
Mas não posso por um ponto final,
A história jamais terá um fim.



Data: Madrugada de 3 de Setembro 2010